1.8.07


Os espaços do Futebol de Mesa na rede mundial de computadores, não deixam de ser, mesmo que de forma anímica, uma reação à perda de interessados no esporte para a própria Internet, através dos milhões de endereços e igual número de opções oferecidas aos jovens, que não mais tem contato com o “botão” entre outras atividades do “nosso tempo”, já que se voltam para jogos de computador e suas variações. A forma de apresentação do esporte na rede também vem evoluindo, das engessadas páginas oficiais (algumas persistem) para espaços com a participação do web-leitor, e com maior rapidez de atualização e interação de seus conteúdos. Já não é mais preciso ligar para o amigo para saber como foi o jogo do fulano ontem, basta plugar-se. A diversificação de estilos que vão do institucional sem cor ao anarquismo, vai ganhando ao longo do tempo amadurecimento, oferecendo espaços para informação, crítica, números, opinião e debate. A sisudez do Futebol de Mesa e o conservadorismo que permeia um grande número de seus praticantes (decorrência natural de uma média de idade muito alta), vai dando lugar lentamente a percepção de que o esporte deve adequar-se as novas ferramentas e linguagens do mundo moderno se desejar continuar sendo praticado por mais tempo. Neste contexto as incompreensões e o uso inadequado de práticas democráticas tem suas explicações, e nitidamente sugerem, salvo alguns escorregões de meia dúzia, também uma evolução bastante significativa. Se o Futebol de Mesa tivesse à muito mais tempo um tratamento mínimo de mídia como outros esportes, talvez algumas contrariedades e questionamentos nem fizessem mais sentido diante do que é publicado hoje em dia em sites e blogs sobre o assunto. É acima de tudo, um aprendizado difícil esta passagem do “fundo de garagem” para um mundo assim nem tanto virtual. Um mundo de fato público que passa a se ver e ser observado nas telas dos computadores de Porto Alegre a Miami, de Pelotas a Ancara na Turquia, expondo temas que antes no máximo eram debatidos entre goles de cerveja gelada depois de uma rodada ou de uma competição, ou em saudosas ligações telefônicas nas linhas da extinta CRT.


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